Saramago, Pessoa e Ricardo Reis
Acabei de ler O Ano da Morte de Ricardo Reis, de J. Saramago...começar não foi tarefa fácil e terminar também não, sobretudo porque parece ter limitado a minha capacidade de entrega a outros autores.
Com este romance, Saramago parece fazer a Fernando Pessoa o favor de condicionar Ricardo Reis ao mero papel de heterónimo...alguém que regressa a Portugal, que perde o sentido da vida (talvez pela solidão?), a dignidade e a coragem de aceitar as consequências de actos menos reflectidos. Se irreflectidos não são os ímpetos do Homem
Não obstante a surpreendente apresentação do contraste entre a vida e a morte, o autor caracteriza um período fundamental da História da Europa, e sobretudo de Portugal; o Estado Novo, a guerra Civil de Espanha e o fulgor dos restantes regimes fascistas.